A história de sucesso de um ex-detento
Rob era um dos internos do programa Pen Pals quando falei lá há vários anos. Foi uma surpresa deliciosa vê-lo na conferência de treinadores da Pet Professional Guild em Tampa, Flórida, no outono passado e ter a chance de conversar. Fica claro a partir de seus comentários que o programa contribuiu para sua reintrodução bem sucedida na sociedade. Rob está atualmente trabalhando com um treinador mentor para ganhar experiência e conhecimento adicionais na área de treinamento e comportamento de cães.
Após a conferência, entrei em contato com Rob e perguntei se poderia entrevistá-lo para este artigo. Ele ficou feliz em participar. Ocultamos seu sobrenome para proteger sua privacidade.
Pat Miller: Como você veio a ser preso?
Rob: Muitos anos atrás eu era bastante imaturo e egoísta, e não tinha qualquer senso de direção. Com a mente cheia de negatividade e álcool, fiz algo cruel e impensado.
Pat: Como você se envolveu com o programa de cães de prisão? Como isso afetou sua vida enquanto você estava na prisão?
Rob: Em 2007, o programa Pen Pals foi introduzido nas instalações onde eu havia sido designado. Um processo de inscrição foi estabelecido para determinar quais homens seriam mais adequados para o programa. Candidatei-me e, em julho daquele ano, fui aceito e imediatamente me mudei para uma cela com outro manipulador de detentos. Essa mudança foi provavelmente uma das melhores que já fiz, pois me deu a oportunidade de viver e respirar treinando cães 24 horas por dia.
Pat: O que você gostou no programa?
Rob: São tantas coisas! Uma das principais é a sensação de realização e auto-estima que você obtém ao ajudar outra criatura viva a encontrar uma vida de felicidade, segurança e conforto.
Pat: Quanto tempo você ficou no programa? Quantos cães diferentes você treinou?
Rob: Estive no programa de julho de 2007 a outubro de 2014. Nesse período trabalhei com cerca de 40 cães – tanto os trazidos para o programa quanto os de propriedade de funcionários que trabalhavam na unidade.
Pat: Todos foram adotados? Foi difícil deixar ir?
Rob: Quase todos esses cães foram adotados com sucesso, com a rara exceção de um ou dois que não conseguiram se adaptar ao ambiente da prisão devido ao medo extremo. Sempre foi um pouco difícil deixar ir – mas era reconfortante saber que eles estavam indo para lares amorosos e seriam cuidados pelo resto de suas vidas.
Pat: Houve um cachorro em particular que tocou em você?
Rob: Todos os cães me afetaram, mas o que mais se destacou foi um Foxhound/Collie-mix chamado Woody. Ele foi o primeiro com quem trabalhei que tinha sérios problemas de medo, e me ensinou mais do que qualquer outro sobre medo e comportamento, e sobre mim também.
Pat: Houve coisas que você aprendeu no programa que o ajudaram em outros aspectos de sua vida?
Rob: Aprendi muito com o programa. Uma das mais importantes é deixar de lado a velha mentalidade egoísta e abrir meu coração e meus pensamentos para os outros. Além disso, tendo sido encarregado de um papel de liderança dentro do programa, pude desenvolver habilidades tão valiosas para toda a vida, como ouvir de verdade, resolução de conflitos e falar em público, além de ser uma ligação entre funcionários e internos.
Pat: Atualmente, você possui alguma credencial de treinador? Você está perseguindo algum?
Rob: Sou membro profissional da Association of Professional Dog Trainers (APDT), bem como avaliador do AKC Canine Good Citizen. Possivelmente buscarei mais certificações e credenciais no futuro, mas por enquanto estou tentando obter o máximo de experiência e compreensão direta que puder em relação a todos os aspectos de treinamento, comportamento e negócios.
Pat: Seus clientes sabem que você esteve na prisão? Isso criou algum obstáculo para você?
Rob: Alguns dos clientes com quem trabalhei sabem do meu passado, e aqueles que sabem não se incomodam com isso.
Pat: O que você achou da conferência do PPG?
Rob: O PPG Summit foi uma experiência incrível, que vou relembrar por muito tempo com felicidade.
Pat: É seu plano fazer do treinamento de cães uma carreira para toda a vida?
Rob: Treinar animais é o que eu adoraria fazer como uma carreira vitalícia. Estou trabalhando duro para seguir esse sonho.
Pat: Há mais alguma coisa que você gostaria de compartilhar?
Rob: Gostaria de agradecer a todos aqueles que estiveram envolvidos no programa em todos os níveis. Espero que eles percebam o quão incrível é para mim ter feito parte de algo tão grande e poderoso.