Olho de cereja em cães – Dica para animais de estimação 122
Qualquer dono de cachorro que tenha “olho de cereja” lhe dirá que não é uma visão bonita. Talvez você mesmo tenha testemunhado e tenha visto a grande massa vermelha saindo do canto interno do olho de um cachorro, de onde se originou o nome “olho de cereja”. Embora não seja a condição visualmente mais atraente (para os donos ou o cão aflito), o olho de cereja é na verdade uma ocorrência bastante comum e benigna em muitas raças de cães.
Embora possa parecer um tumor ou até mesmo uma picada de inseto muito grande, a “cereja” no olho do seu cão é na verdade uma glândula prolapsada (ou saltada). Conhecida pelos veterinários como glândula dos nictitanos, esta glândula está presente na terceira pálpebra dos cães e auxilia na produção de lágrimas. Ao contrário dos humanos, muitos animais possuem essa terceira pálpebra que se fecha horizontalmente no olho para fornecer proteção e umidade extras. Em cães, esta pálpebra existe como uma membrana fina (membrana nictitante) que não é visível em circunstâncias normais. Nos casos de olho de cereja, essa glândula de nictita parece sair de sua posição normal e inchar na parte externa do olho.
Não está claro o que causa o olho de cereja, mas pesquisas mostram que pode estar relacionado ao tecido conjuntivo que regularmente mantém a glândula no lugar e a conecta às estruturas circundantes. Quando este tecido é particularmente fraco, o prolapso é mais provável. Certas raças correm um risco maior de desenvolver olho de cereja, incluindo Boston Terriers, Beagles, Bulldogs, Saint Bernards, Shar-Peis e Cocker Spaniels. Embora a condição possa ocorrer em qualquer cão, essas raças têm uma incidência muito alta e frequentemente a desenvolvem em ambos os olhos.
É importante corrigir o olho de cereja em cães, pois a glândula exposta corre alto risco de lesão e infecção. Além disso, a secreção mucosa que às vezes acompanha a glândula inchada pode ser muito irritante; se o cão decidir esfregá-lo ou coçá-lo, todo o olho corre o risco de se machucar. O tratamento para o olho de cereja requer cirurgia, no entanto, o procedimento é relativamente simples e rotineiro. Sob anestesia geral, a glândula nictitana é recolocada em sua posição normal e reconectada às estruturas mais profundas do olho.
Anteriormente, era rotina simplesmente remover a glândula, mas esse método mostrou causar muitos problemas para o cão mais tarde na vida. Sem a função de produção de lágrimas desta glândula, os cães são propensos a desenvolver uma doença chamada ceratoconjuntivite seca (ou, mais simplesmente, olho seco). Esse ressecamento ainda pode ocorrer naqueles cães que têm sua glândula reposicionada cirurgicamente, porém, a incidência é bem menor (ocorre em aproximadamente 20% dos casos).
Com a experiência veterinária de hoje, existem poucas complicações relacionadas à substituição da glândula. Os cães devem poder ir para casa no mesmo dia ou no dia seguinte, muitas vezes tomando antibióticos para prevenir a infecção. Em alguns casos, no entanto, os resultados dessa cirurgia não são tão permanentes quanto os proprietários gostariam. Cães com olho cereja (especialmente as raças mencionadas acima) podem desenvolver o problema novamente e podem precisar da cirurgia de reposicionamento duas ou três vezes na vida. As taxas de sucesso são maiores e a recorrência é menos provável quando a cirurgia é realizada logo após o prolapso.
Em última análise, o olho de cereja é mais chocante do que sério. A cirurgia, é claro, nunca deve ser tomada de ânimo leve, mas, felizmente, a maioria dos veterinários está extremamente familiarizada com essa condição. O importante a ter em mente se o seu cão acordar uma manhã com um grande olho vermelho cereja, é que seu cão ficará bem, e quanto mais cedo você for ao veterinário, melhor você se sentirá.
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